Poeta, deixa quieto
Todo este receio de que seu sonho seja incerto
Toda insegurança de que os olhos dela não estejam mais por perto
Ou que o seu “bom dia” não mereça nem um sorriso aberto
Poeta, deixa quieto
Para que sua ânsia de um “eu te amo” não a afaste por completo
Costure com zelo cada detalhe do seu afeto
Poeta, deixa quieto?
Quando desconfia que o carinho dela é cada vez mais discreto
Quando risos amarelos têm a mesma força que muros de concreto
Ou ela começa a questionar se o seu jeito é correto
É, poeta, aí resta não deixar quieto...
Caso nos olhos dela, você só enxergue o deserto
E ao pensar nela, seu coração só encontre a rima com “inquieto”
Vá! É hora de seus olhos caminharem por um novo trajeto
Até que você encontre um amor que mereça novo soneto