O beijo foi longo, e ela parecia obcecada por molhar toda minha boca. O gosto dela mesclava vodca e pirulito de morango, combinação que era condizente com o que ela parecia para mim naquele momento. Uma doçura ácida, que instiga e vicia. Nosso vício se embalava, ao som de uma balada que fazia os casais dançarem abraçados, preocupados somente com os seus parceiros.
Disse para eu não ir embora, que ela já voltava. Fui até o bar e pedi uma água. O sabor do pirulito de morango começou a ficar enjoativo e me deu sede. Bebi calmamente, olhando o movimento da pista de dança, ansioso para que ela voltasse brevemente. Cerca de 15 minutos depois, chegou sorrateira e me deu uma mordida. Esquivei o pescoço e ela começou a assoprá-lo. Falou que demorou porque tinha uma surpresa para mim.
Virou-se de costas e se deixou aninhar nos meus braços. Trocamos mais um beijo de língua e sua mão me conduziu maliciosamente até por baixo de seu decote. Estava sem sutiã. Espiei seu bico pequeno e rosado. Acariciei-o com a ponta dos dedos e ela começou a dar risinhos espaçados, como se tivesse sentindo cócegas. Afastou-se e ficou com o rosto de lado para dizer:
"Olha o que eu fiz pra você..."
Subiu um pouquinho da blusa. A luz mudava de cores - verde, vermelho, lilás, amarelo - mas eu vi aquela frase tatuada em sua pele: "Eternamente sua". Aproximou-se novamente do meu corpo, rebolando ao som da música dançante. Perguntou se eu tinha gostado. Mordi seu lábio e perguntei se isso respondia à pergunta dela. Tirou um pirulito de morango da bolsa mas, antes de colocá-lo na boca, propôs sairmos de lá.
Logo que entramos no meu carro, ela sentou-se no meu colo. Levantou a blusa e pôs os seios na altura do meu rosto. Passei a língua em cada um deles, e novamente ela respondeu ao meu carinho com um sorriso de quem sentia cócegas. Envolvi suas costas em meus braços e minha mão parava justamente na altura onde estava o "eternamente sua". Ela mordia minha orelha e dizia: "quero mais, quero mais...".
Ainda com ela por cima de mim, dei a partida no carro. Ela gargalhou e, num pulo, foi para o banco de carona. Ria e me chamava de "louco". No trajeto eu sentia sua mão alternando carícias à minha orelha e ao meu pescoço. Num dos sinais, me entregou a calcinha fio dental que estava usando. Colocou a outra mão entre suas coxas.
Abri o portão eletrônico. Estacionei o carro. Assim que desliguei, ela prontamente veio por cima de mim. Parecia voraz em seus beijos e suas mordidas. Estava se preparando para tirar a blusa quando eu disse, ao pé do ouvido: "Lá em cima vai ficar mais gostoso". Ela riu e senti seu hálito de pirulito de morango.
Entramos no meu apartamento. Ela se despiu perto da porta, e pude ver tingida em preto a frase "Eternamente sua". Tive uma sensação de prepotência, enquanto minha boca lambia a surpresa que ela me deu naquela noite. Abraçou-se a mim e fomos andando até o meu quarto. A cada passo, uma peça da minha roupa ficava pelo caminho. Sentíamos a nossa nudez por inteira na porta do quarto.
Sentei na cabeceira da cama, e ela ajoelhou-se, me fazendo sussurrar com as carícias de seus lábios cada vez mais quentes. Ela sentiu minha excitação e sentou-se também, de costas para mim. Aos poucos, deixou-se encaixar no meu corpo. Aproximei minha boca e voltei a sentir aquele gosto de pirulito de morango. As mãos caminhavam entre seus seios e seu sexo, e ela pulava entre sussurros, tornando nossa carícia cada vez mais intensa.
Seu rosto ganhava um semblante mais assanhado, e eu o acompanhava enquanto ela se deitava na cama. Instintivamente, eu me aproximei sedento por conhecer seu gosto. Ela me segurou pelos cabelos e disse "meu único sabor é o de morango, não deixo você provar nenhum outro gosto". Seu hálito continuava com o gosto adocicado. Mas eu não sentia enjoo, a minha vontade era de me entorpecer com aquele cheiro e com aquela doçura. Doçura que ela dizia ser eternamente minha.
Mal resisti à intensidade do que vivemos naquela noite. Fui despertado com o amanhecer que chegava pela minha janela. Não tive forças para levantar logo que acordei. Procurei com os olhos, mas não a encontrei. Desviei o olhar e vi um pirulito de morango desembrulhado, já cercado de formigas.
No lençol, a frase "Eternamente sua" se perpetuava, um pouco borrada, como se tivesse saído no banho. Era tatuagem temporária. Temporária, como a minha passagem pela vida dela. Mas a eternidade que ela duraria em mim estaria para sempre impregnada. Com o sabor doce e enjoativo de um pirulito de morango.
Trilha sonora, um dos textos do livro DIÁRIO DE UM SALAFRÁRIO, na voz de Eliane Gonzaga.
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
Rajada de monstros
Acordou num êxtase cercado de um doce cansaço. Logo ao sentar-se na cama, percebeu que o suor, que ele achava que era dela, era mero desejo de frustrado apaixonado. Dos sussurros de amores que passeavam pelos seus ouvidos, restara apenas o barulho do ventilador, a evitar o silêncio em seu quarto.
Foi ao banheiro, ansioso para que um banho gelado apagasse a chama do amor que vinha só dela. Debaixo do chuveiro, viu-se tentado a senti-la num deslizar de sua mão. Logo abriu os olhos e se viu na escuridão da madrugada, sem qualquer vestígio de um abraço ou de um afago ainda mais íntimo.
Enxugou-se na frente do espelho. Graças à luz do corredor do prédio, a basculante iluminava sua imagem. Enxergou a piedade em seus olhos, sedentos pelo sorriso pleno que o fazia sorrir a cada instante do lado dela. Sua boca secava na ausência dos lábios dela, era um deserto, uma quentura que lhe dava mal-estar. Na febre que o fazia delirar, gemia ansioso por aquele nome.
Seus olhos deslizaram pelo resto do corpo. Por um momento, era somente desejo. Um desejo cercado de lamúria e de uma carência que não se restringia a mero prazer erótico e solitário. Sentia o corpo se molhar, mas não era somente do banho que ainda não secava. A sensação era de que as gotas que tentavam gelar seu coração surgiam como gasolina para aflorar todo o seu sentimento.
Pulsava. O coração pulsava, o corpo pulsava. Foi em direção ao computador. Começava a ofegar, pedia "vem, vem...". Em seus dedos escorriam um coração, em palavras tentando dizer tudo. E era tanta coisa guardada... Tantas palavras caladas diante da hora em que ela se despediu em silêncio, não se preocupando nem em bater a porta.
E agora ele respondia a cada palavra fria com um jorro amargurado, no fervor de um amor mal correspondido. Das palavras que aqueciam suas noites insones, vinham agora as descrições das madrugadas dolorosas, cada vez mais dolorosas, cada vez mais solitárias.
E gostava do que sentia naquele momento. Daquele rancor repentino que tomava conta de seu peito. Aquele fogo que caía enraivecido sobre a mulher que amava. Agonizava os últimos momentos de desejo. Sem culpa, sem pudor, dizia tantos nomes para ela. E o gosto era de um prazer, um prazer em torturar o sofrimento por ela a cada palavra mais depravada.
Deixou-se entregar a um último lapso ofegante. Experimentou sorrir, um riso cínico, um riso de assassino. E deixou o rosto cair sobre o teclado. Já não se importava com aquele suor que tomava conta de seu corpo. Sabia que era uma forma de se libertar de todo o calor que ela causava nas noites em que não adormecia.
Imprimiu o texto. Iria ler ao acordar. Não, não iria entregar para que ela lesse. Aquele passo era desnecessário. Finalmente, aprendera a soltar sua rajada de monstros diante de um amor que o deixava de mãos atadas.
Foi ao banheiro, ansioso para que um banho gelado apagasse a chama do amor que vinha só dela. Debaixo do chuveiro, viu-se tentado a senti-la num deslizar de sua mão. Logo abriu os olhos e se viu na escuridão da madrugada, sem qualquer vestígio de um abraço ou de um afago ainda mais íntimo.
Enxugou-se na frente do espelho. Graças à luz do corredor do prédio, a basculante iluminava sua imagem. Enxergou a piedade em seus olhos, sedentos pelo sorriso pleno que o fazia sorrir a cada instante do lado dela. Sua boca secava na ausência dos lábios dela, era um deserto, uma quentura que lhe dava mal-estar. Na febre que o fazia delirar, gemia ansioso por aquele nome.
Seus olhos deslizaram pelo resto do corpo. Por um momento, era somente desejo. Um desejo cercado de lamúria e de uma carência que não se restringia a mero prazer erótico e solitário. Sentia o corpo se molhar, mas não era somente do banho que ainda não secava. A sensação era de que as gotas que tentavam gelar seu coração surgiam como gasolina para aflorar todo o seu sentimento.
Pulsava. O coração pulsava, o corpo pulsava. Foi em direção ao computador. Começava a ofegar, pedia "vem, vem...". Em seus dedos escorriam um coração, em palavras tentando dizer tudo. E era tanta coisa guardada... Tantas palavras caladas diante da hora em que ela se despediu em silêncio, não se preocupando nem em bater a porta.
E agora ele respondia a cada palavra fria com um jorro amargurado, no fervor de um amor mal correspondido. Das palavras que aqueciam suas noites insones, vinham agora as descrições das madrugadas dolorosas, cada vez mais dolorosas, cada vez mais solitárias.
E gostava do que sentia naquele momento. Daquele rancor repentino que tomava conta de seu peito. Aquele fogo que caía enraivecido sobre a mulher que amava. Agonizava os últimos momentos de desejo. Sem culpa, sem pudor, dizia tantos nomes para ela. E o gosto era de um prazer, um prazer em torturar o sofrimento por ela a cada palavra mais depravada.
Deixou-se entregar a um último lapso ofegante. Experimentou sorrir, um riso cínico, um riso de assassino. E deixou o rosto cair sobre o teclado. Já não se importava com aquele suor que tomava conta de seu corpo. Sabia que era uma forma de se libertar de todo o calor que ela causava nas noites em que não adormecia.
Imprimiu o texto. Iria ler ao acordar. Não, não iria entregar para que ela lesse. Aquele passo era desnecessário. Finalmente, aprendera a soltar sua rajada de monstros diante de um amor que o deixava de mãos atadas.
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quarta-feira, 11 de novembro de 2009
Malcriada
Mais um atrevimento poético. Este que vos escreve não toma jeito...
*****
Obedeceu quando ele pediu que ela engolisse o choro
E não desdisse a desculpa esfarrapada dele praquele fio de cabelo loiro
Deixou-se entregar a mais um doce devaneio
Para não ser poupada do arrepio que dava o beijo dele em seu seio
Mentiu pra si mesma quando ele esqueceu o aniversário de casamento
Caiu na defesa de achar que ele tem muita coisa no pensamento
Calava a infelicidade no medo de que doesse a saudade
De um amor de onde não restou nem a vontade
Aceitava o fato de ele ter uma amante
Isso explicava ele estar cada dia mais distante
E na volta pra casa chegar trocando as pernas
Recorrendo a outro nome para dizer palavras ternas
Imaginava-se a outra para sentir-se amada
Respondia ao “eu te amo” de quem ele desejava
E sofria ao ver o desapontamento com o qual ele ficava
Pois ao despertar ele não estava com a mulher que era sonhada
Permitiu que ele a mergulhasse num desamor
Tinha medo de não sobreviver se ele a deixasse só
Já não se importava de dar a ele a sensação de dó
E não o contrariava, para evitar qualquer rancor
Mas jogou na cara dele sua obediência
Era sua forma de pedir a ele clemência
No dia em que ele avisou que estava tudo sacramentado
E o casamento havia terminado
Derramou lágrimas sem o comover
Ele dizia que entre os dois não havia mais nenhum querer
Mandou que ela parasse de agir como criança
E tentou convencê-la a tirá-lo de sua lembrança
Só que pela primeira vez ela o quis contrariar
Feito menina desatou a chorar
Sabia que seu peito ia dilacerar
E decidiu o coração não mais resguardar
Ao desobedecer, sentiu-se mais renovada
O amor ao extremo não a deixava mais apavorada
Porque a cada segundo mais apaixonada
Ela agia mais como garota malcriada
*****
Obedeceu quando ele pediu que ela engolisse o choro
E não desdisse a desculpa esfarrapada dele praquele fio de cabelo loiro
Deixou-se entregar a mais um doce devaneio
Para não ser poupada do arrepio que dava o beijo dele em seu seio
Mentiu pra si mesma quando ele esqueceu o aniversário de casamento
Caiu na defesa de achar que ele tem muita coisa no pensamento
Calava a infelicidade no medo de que doesse a saudade
De um amor de onde não restou nem a vontade
Aceitava o fato de ele ter uma amante
Isso explicava ele estar cada dia mais distante
E na volta pra casa chegar trocando as pernas
Recorrendo a outro nome para dizer palavras ternas
Imaginava-se a outra para sentir-se amada
Respondia ao “eu te amo” de quem ele desejava
E sofria ao ver o desapontamento com o qual ele ficava
Pois ao despertar ele não estava com a mulher que era sonhada
Permitiu que ele a mergulhasse num desamor
Tinha medo de não sobreviver se ele a deixasse só
Já não se importava de dar a ele a sensação de dó
E não o contrariava, para evitar qualquer rancor
Mas jogou na cara dele sua obediência
Era sua forma de pedir a ele clemência
No dia em que ele avisou que estava tudo sacramentado
E o casamento havia terminado
Derramou lágrimas sem o comover
Ele dizia que entre os dois não havia mais nenhum querer
Mandou que ela parasse de agir como criança
E tentou convencê-la a tirá-lo de sua lembrança
Só que pela primeira vez ela o quis contrariar
Feito menina desatou a chorar
Sabia que seu peito ia dilacerar
E decidiu o coração não mais resguardar
Ao desobedecer, sentiu-se mais renovada
O amor ao extremo não a deixava mais apavorada
Porque a cada segundo mais apaixonada
Ela agia mais como garota malcriada
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Atrevimento poético
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
Veranico
Veranico (s.m) = Período de calor numa estação fresca.
Era inverno. A tempestade a cada dia parecia tornar minha solidão mais interminável. Ventos uivavam minha carência, e à minha vista surgia apenas uma neblina de desamor. E eu, passo a passo, me enxergava cercado da frieza de palavras, dos gestos, dos sentimentos.
Meu caminho parou diante de um primeiro brilho. Tratamento de choque para olhos tão acostumados ao escuro, ao cinza. Uma coceira instintiva, seguida de um novo olhar. E de um calor surgiu o sorriso dela. Minhas mãos se apegavam à sua vista para surgir uma aquarela, e eu me encontrava mais fascinado entre tantas cores que agora me eram apresentados.
De suas mãos, recebi a flor mais simbólica, a que representava nossa primeira primavera, a iniciar-se naquele minuto. De seu abraço, senti um aquecer, tão inusitado depois de longo e rigoroso inverno, que me fazia me entregar com menos rigor ainda. Minha mente de pretenso escritor rascunhava, lia, relia, e sempre jogava fora seu esboço. As folhas caíam e o desespero de minhas palavras tinha receio de criar raízes em pormenores mundanos, em rótulos, em formalidades.
Era um viver desprovido de palavras. Num afago, vinha a quentura que me fazia febril, em delírio a esperar seu beijo. Os lábios apresentavam um sabor no qual meu desejo se adocicava, fazendo de nossas bocas uma fonte inesgotável de prazer. Extasiado, eu seguia na minha velada curiosidade. Quem era ela? O que era ela, agora, que chegava assim na minha vida? E num momento infantil, a flor que ela me deu parecia a única capaz de decifrar. Lentamente, alegres, acarinhados, contávamos: "bem me quer, mal me quer, bem me quer, mal me quer...".
Mas todas as previsões estavam erradas. E o tempo era tão vulnerável quanto a duração da passagem dela por minha vida. Não, não iriam mais cair as folhas. Nenhuma flor voltaria a desabrochar. Nem o calor iria me fazer esquecer os invernos tão solitários.
Ela era mero veranico. Viera me trazer um terno e fugaz calor de amor para, logo em seguida, partir sem avisar. Deixando comigo outra vez o frio impiedoso de uma solidão que gelava ainda mais um coração despedaçado.
Era inverno. A tempestade a cada dia parecia tornar minha solidão mais interminável. Ventos uivavam minha carência, e à minha vista surgia apenas uma neblina de desamor. E eu, passo a passo, me enxergava cercado da frieza de palavras, dos gestos, dos sentimentos.
Meu caminho parou diante de um primeiro brilho. Tratamento de choque para olhos tão acostumados ao escuro, ao cinza. Uma coceira instintiva, seguida de um novo olhar. E de um calor surgiu o sorriso dela. Minhas mãos se apegavam à sua vista para surgir uma aquarela, e eu me encontrava mais fascinado entre tantas cores que agora me eram apresentados.
De suas mãos, recebi a flor mais simbólica, a que representava nossa primeira primavera, a iniciar-se naquele minuto. De seu abraço, senti um aquecer, tão inusitado depois de longo e rigoroso inverno, que me fazia me entregar com menos rigor ainda. Minha mente de pretenso escritor rascunhava, lia, relia, e sempre jogava fora seu esboço. As folhas caíam e o desespero de minhas palavras tinha receio de criar raízes em pormenores mundanos, em rótulos, em formalidades.
Era um viver desprovido de palavras. Num afago, vinha a quentura que me fazia febril, em delírio a esperar seu beijo. Os lábios apresentavam um sabor no qual meu desejo se adocicava, fazendo de nossas bocas uma fonte inesgotável de prazer. Extasiado, eu seguia na minha velada curiosidade. Quem era ela? O que era ela, agora, que chegava assim na minha vida? E num momento infantil, a flor que ela me deu parecia a única capaz de decifrar. Lentamente, alegres, acarinhados, contávamos: "bem me quer, mal me quer, bem me quer, mal me quer...".
Mas todas as previsões estavam erradas. E o tempo era tão vulnerável quanto a duração da passagem dela por minha vida. Não, não iriam mais cair as folhas. Nenhuma flor voltaria a desabrochar. Nem o calor iria me fazer esquecer os invernos tão solitários.
Ela era mero veranico. Viera me trazer um terno e fugaz calor de amor para, logo em seguida, partir sem avisar. Deixando comigo outra vez o frio impiedoso de uma solidão que gelava ainda mais um coração despedaçado.
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