Canções passeiam nas cordas de seu violino
Em meio ao repertório de toques de celular
Ao mau-humor de quem passa com tanto pepino
O alucinante ritmo da cidade ela quer atenuar
Desliza o olhar sobre uma nova partitura
Entrega a quem vai para o hospital um pouco de ternura
Segue delicada diante de quem ignora sua gentileza
Nem gritos de ambulantes abafam a sua leveza
Ora tenta acalmar a ansiedade de quem espera seu amor
Ora embala casais que trocam juras com tanto ardor
É hora de canções suaves. A estas cenas, jamais vai se opor
Ela estende seu repertório a quem traz horas extras de
problema
Deixa um bis ao morador de rua, para que o relento ele
não tema
E após breves trocas de olhares, me deixa uma saudade que não cabe num poema