Trilha sonora, um dos textos do livro DIÁRIO DE UM SALAFRÁRIO, na voz de Eliane Gonzaga.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Amor platônico

Amigos deste blogue,

hoje este salafrário que vos escreve arrisca apresentar uma vertente pela qual eu poucas vezes ouso passar. A POESIA. Trata-se de um poema que fiz em 2001, em meio a noites sem dormir e algumas inseguranças que passam por um rapaz de 18 anos.

Como neste espaço ando colocando minha cara de escritor a tapa, sinto-me a vontade para compartilhar este poema. Quer dizer, não é bem um poema, é mais um jorro de um coração. Qualquer coisa, culpem minha imaturidade com as palavras...


Obrigado a todos,

Vinícius Faustini


*****

AMOR PLATÔNICO

Minha amada,
Embora quase morto pela corrosão desta paixão
Uma vez mais suplico, por meio de parcas e descontínuas palavras
A minha ânsia em alimentar o meu desejo.
Mesmo através de um amor calado, persisto em dedilhar toda sua
Onipresença (ou onipotência, quem sabe...)
Romanticamente, apesar de não ser propriamente um poeta...

A minha vontade era de conseguir um dia
Ter você ao meu lado
Expor os tristes dias que fiquei abandonado pelos seus
Olhos brilhantes... mágicos...
Detalhar o fascínio de seu rosto puro...
Enxergar a alma escondida nos lábios desenhados minuciosamente...

Às vezes você me parecia tão próxima...
Do que valem as ilusões do falso poeta
Solitário
Que chama pelo seu nome
Mas não é escutado
E só consegue observar sua presença
Ansiando pela concretização de seus singelos delírios...

Desejar fazer de você a mulher mais amada do mundo
Unir seus lábios aos meus
Descansar sua beleza
Através de palavras meio que improvisadas, mas capazes de
Descrever tudo que sofri durante o tenebroso tempo no qual meu amor ficou
Umedecido pela minha impotência, pelo meu receio
Desgraçado pra não te machucar
Apaixonado, mas consciente de que não merece o seu afeto
Arranhado pela minha obscura realidade
Metrificado pela repressão de sentimentos
Odiado por servir como ácido para a pessoa amada
Retaliado por todos os lados pra esconder sua verdadeira face

E que depois de um longo exílio
Insiste em gritar sua revolta
Chorar sua carência
Mostrar a você,
Meu doce anjo
O cruel sentido dessa minha angústia
Amordaçada
Pela consciência de que
A distância pode amenizar
Minha dor
E apagar as provas
Que expõem claramente o meu

Amor platônico
Desprezado ultrajante declarado amaldiçoado
Por todas mulheres que semeiam
Amor, dor, prazer, êxtase, ternura, rancor
Ao apaixonado como eu, que, apesar de tudo,
Ama calado
E nutre sua paixão com considerável empenho
Para não ver ferido o coração de sua amada inatingível.

4 comentários:

James Lima disse...

Bicho, não entendo pq vc não ousa passar mais pela poesia.

Muito bom, bicho.
Parabéns !

Abraços
James Lima
www.robertocarlos.vai.la

CON disse...

Nunca mais escrevo nada!!! Rsrsrsrs
Você hein???? rsrsrs

Demais!!!
Beijos azuis

Armindo Guimarães disse...

eheheheh

A Con tem razão.

E o James também.

Abraços

Armindo Guimarães disse...

Vinicius:

Só para dizer mais uma coisa:

Eu creio que a poesia está na beleza das palavras e muitos dos teus contos são pura poesia.

É o que eu penso.

Abração, pá!